Impacto da Redução da Safra Global de Milho

O Que a Queda na Safra Global de Milho Significa para os Produtores e Consumidores?

A redução nas estimativas da safra global de milho, conforme o relatório de dezembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), pode gerar um impacto significativo nos preços do grão no Brasil. A projeção de safra mundial de 2024/25 foi ajustada para 1,217 bilhões de toneladas, levemente abaixo da previsão anterior de 1,219 bilhões de toneladas. Esse ajuste, aliado a uma redução nos estoques finais para 296,44 milhões de toneladas (menor que os 304,14 milhões de toneladas estimados anteriormente), pode refletir em altas nas cotações do cereal, impactando o mercado brasileiro.

Redução de Produção Global e Estoques

Os principais produtores de milho, como Estados Unidos, China e Brasil, também tiveram suas estimativas revistas. Nos Estados Unidos, a produção foi projetada em 384,64 milhões de toneladas, enquanto o Brasil deve alcançar 127 milhões de toneladas, com uma leve queda em relação ao mês anterior. Com estoques mais baixos e uma oferta reduzida, a tendência é de uma valorização do milho, o que pode afetar tanto os preços internos quanto as exportações.

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Expectativas para o Mercado Brasileiro

O mercado de milho no Brasil já começa a refletir essa tendência de alta. A valorização foi notada tanto na Bolsa de Chicago, onde os preços subiram para US$ 4,31 por bushel (+1,89%) para o contrato de dezembro de 2024, quanto na B3, com uma alta de 3,21%, fechando a R$ 73,95 por saca para o contrato de janeiro de 2025. Essa valorização impacta diretamente o mercado físico brasileiro, especialmente em regiões produtoras.

Além disso, as exportações brasileiras de milho foram revistas para baixo, com uma previsão de embarques de 3,9 milhões de toneladas em dezembro, uma redução de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse recuo nas exportações pode ser causado tanto pela diminuição da oferta quanto pela desaceleração do ritmo de vendas externas. No entanto, o plantio do milho verão segue com bom desempenho, atingindo 65,1% da área prevista até o início de dezembro, o que pode mitigar parcialmente a queda nas exportações ao longo do próximo ano.

Oportunidades de Mercado e Acordos Internacionais

O acordo entre Mercosul e União Europeia, após 25 anos de negociações, pode ser um fator positivo para o mercado de milho brasileiro. Caso aprovado, o acordo prevê a eliminação gradual de tarifas de importação para produtos agropecuários, incluindo o milho, abrindo novas oportunidades de exportação para o mercado europeu. Isso pode ampliar a demanda externa pelo milho brasileiro, ajudando a compensar a redução nas exportações para outros mercados.

Retomada do Transporte e Impactos Logísticos

Outro fator importante para o escoamento do milho brasileiro é a retomada do transporte pelas hidrovias dos rios Tapajós e Madeira, após interrupções causadas pela seca severa. Essas rotas são cruciais para o escoamento da produção do Centro-Oeste para os portos do Arco Norte, e sua normalização deve reduzir os custos logísticos e melhorar a eficiência das exportações brasileiras. A expectativa de chuvas continuadas também contribui para uma perspectiva positiva quanto à continuidade dessas operações.

Perspectivas para os Preços do Milho

A tendência de valorização do milho no mercado físico brasileiro deve seguir nos próximos dias, com a possibilidade de os preços romperem a barreira dos R$ 75,00 por saca na B3. Esse cenário deve impactar as cotações em diversas regiões produtoras, elevando o custo do milho no Brasil. Diante da redução na safra global, é possível que essa alta persista, especialmente se a produção continuar abaixo das expectativas e se as oportunidades de exportação se concretizarem.

Em resumo, a redução na produção global de milho e os ajustes nos estoques devem impulsionar os preços do grão no Brasil, trazendo desafios e oportunidades para os produtores e exportadores. O mercado de milho brasileiro, que já está refletindo esses impactos, pode continuar em ascensão à medida que o cenário global se desenvolve, trazendo novas perspectivas para a safra 2024/25.

Imagem principal: Depositphotos.

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