Saiba como evitar prejuízos com mastite
Mastite é uma inflamação nas glândulas mamárias e, infelizmente, é uma doença muito comum nas propriedades leiteiras país afora. Há estimativas de que cerca de 30% do rebanho leiteiro do nosso País sofra com essa enfermidade.
Por ser tão comum, essa doença pode afetar em até 50% a produção leiteira, além de causar prejuízos diretos na qualidade do leite produzido, o que causa enormes prejuízos ao produtor e também a toda a cadeia leiteira.
Outro fator que causa muita preocupação em relação à mastite é o fácil contágio entre os animais, já que ela pode ser transmitida de um animal para o outro, através de utensílios contaminados ou mesmo pelo ambiente.
A doença pode aparecer em duas formas:
Mastite clínica
Em que o animal pode apresentar sintomas inflamatórios no úbere e nos tetos, como vermelhidão, inchaço e dor ao contato, com ou sem alteração visual no leite (grumos, sangue e pus). Os animais também podem apresentar febre, perda de apetite e queda na produção de leite.
Mastite subclínica
É o tipo mais perigoso, pois não apresenta sintomas visuais e não pode ser identificado “a olho nu” pelo produtor.
Dessa forma pode causar prejuízos econômicos significativos, que por muitas vezes não são identificados em tempo pelo pecuarista. O seu diagnóstico precisa ser feito através de um teste simples e fácil chamado de CMT (California Mastitis Test) ou “Teste da Raquete”.
A mastite está diretamente ligada à falta de cuidados na higiene e no manejo dos animais.
Por isso, fazer o controle sanitário e manter a higiene correta nos locais onde os animais circulam e são ordenhados – além de fornecer a nutrição correta do rebanho – pode evitar o contágio e a proliferação dessa doença.
O treinamento dos funcionários e das pessoas que trabalham dentro da propriedade, aliado à informação técnica, também é fundamental na luta contra ela.
Como com alguns cuidados simples pode-se evitar a contaminação, separamos 5 dicas fundamentais para que o pecuarista leiteiro possa aplicar em sua propriedade e minimizar os riscos e os prejuízos causados pela mastite:
Identificar as vacas infectadas
Saber quais vacas estão com mastite é o primeiro o para controlar a infecção dentro do rebanho.
Alguns sintomas podem aparecer nesse momento, como febre e vermelhidão nos tetos. Por isso, é importante que o produtor fique atento às vacas que apresentem sinais clínicos ou comportamentos fora do normal.
Caso seja diagnosticado algum animal com a doença, seja ela clínica ou subclínica, há a necessidade de ajustar o manejo da linha de ordenha.
A linha de ordenha deve seguir sempre um protocolo de segurança, no qual as primeiras vacas a serem ordenhadas são as primíparas que nunca apresentaram sintomas de mastite, seguidas por vacas multíparas as quais também não apresentaram histórico de doença.
Logo após, seguem as vacas que já tiveram histórico de doença, mas se encontram saudáveis. E, por fim, entram os animais que estão com a doença diagnosticada.
Esse arranjo se faz necessário para evitar a contaminação dos equipamentos de ordenha e do leite.
Conforto e bem-estar das vacas
Na pecuária leiteira não é diferente. Manter a higiene do curral de espera e da sala de ordenha é fundamental para o controle de prevenção da doença. A limpeza do piso e dos equipamentos deve sempre ser feita, antes e após a ordenha dos animais.
Disponibilizar camas sempre secas e livres de contaminação às vacas, assim como um conforto térmico adequado através de ventiladores e aspersores, são medidas importantes de bem-estar que ajudam na prevenção de doenças como a mastite, pois animais am por longo períodos de tempo deitados enquanto ruminam e descansam.
Cuidados pré-ordenha
O pré-dipping é para o produtor de leite uma maneira muito eficaz de ajudar seu rebanho na luta contra infecções externas, principalmente as relacionadas a micro-organismos ambientais que atingem os tetos dos animais.
Para a boa prática de produção de leite, é recomendável que sempre antes da ordenha os tetos sejam limpos e secos.
É importante lavar os tetos (e somente eles) com água corrente, além de utilizar um desinfetante de ação germicida antes da ordenha, emergindo cada um dos tetos nesse produto.
Veja o exemplo:
Solução de iodo (0,5 a 1%) ou o hipoclorito de sódio (1 a 2%). Após a aplicação, deve-se secar os tetos com papel toalha descartável (uma folha por teto).
Ainda na pré-ordenha, dois testes simples podem ajudar o produtor a identificar a presença da mastite no rebanho.
São eles: o teste da caneca de fundo preto e o CMT (California Mastitis Test) ou teste da raquete. O teste da caneca de fundo preto deve ser feito diariamente e, como o próprio nome diz, consiste em direcionar alguns jatos em um recipiente de fundo escuro, facilitando a identificação de alguma anormalidade na cor, presença de sangue, grumos e/ou pus no leite.
É recomendável que o teste da caneca, assim como o CMT (ou teste da raquete), sejam feitos de 15 em 15 dias.
O CMT deve ser feito sempre após o teste da caneca e consiste em colocar uma amostra de leite de cada teto em uma cavidade da raquete, onde será misturada com um reagente.
Se não houver formação de gel, o resultado é negativo, caso contrário, ou seja, o resultado é dado em uma escala, que varia de leve formação de gel até a reação fortemente positiva.
Cuidados pós-ordenha
Após a ordenha, deve-se realizar o pós-dipping nos animais. É comum a utilização novamente de soluções de iodo, porém diferente do pré, no pós-dipping essa solução em que o teto será emergido não será limpa, para que o iodo forme uma barreira protetora contra os micro-organismos, enquanto o esfíncter (primeira proteção física da glândula mamária do animal) do teto se feche.
Dessa forma, as soluções de iodo glicerinado são a melhor opção, pois além da barreira protetora, a glicerina evita o ressecamento do teto pelo iodo, o que pode causar rachaduras e lesões na área.
Manter os animais de pé é essencial durante a primeira hora pós-ordenha, pois o esfíncter do teto ainda está aberto, se tornando uma porta para bactérias causadoras da mastite.
Logo, a estratégia de servir alimento fresco no cocho após a ordenha é uma excelente forma de manter esses animais em pé, longe das fontes de contaminações do solo.
A limpeza dos equipamentos também é outro ponto-chave que deve ser destacado. Os equipamentos devem ser higienizados de forma correta, seguindo as orientações que foram adas pelo técnico responsável da ordenha, com o uso de detergente alcalino e básico, quando necessário, prezando sempre pela eficiência na descontaminação das mangueiras, tubulações e equipamentos em geral.
Nutrição adequada
A correta suplementação oferecida aos animais tem papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico das vacas, ou seja: animais bem-nutridos são mais resistentes e mais fortes!
Manter o seu rebanho saudável, além de ajudar diretamente na produção de leite, também deixa os animais mais preparados para combater possíveis infecções.
Como as vacas de leite são animais que exigem muitos cuidados dos produtores, qualquer tipo de mudança na rotina delas, ou estresse causado pelo calor ou falta de alimento, afetam de forma significante a produção e qualidade do leite.
Portanto, estar atento à questão da suplementação também é uma maneira de garantir que as vacas vão produzir mais leite. Do mesmo modo, vacas mais sadias e bem nutridas também estão menos suscetíveis a doenças.
Por: Romulo Dutra Uliana / Médico Veterinário, mestrando pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP) na área de micotoxicologia de alimentos e Trainee na Premix.
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Foto principal: DepositPhotos.
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