Variabilidade genética da raça Brahman no Brasil
Um programa de melhoramento genético eficaz proporciona propagação de alelos desejáveis, e os avanços nas tecnologias reprodutivas, como inseminação artificial, ovulação múltipla, transferência de embriões e produção in vitro de embriões podem permitir a aplicação de alta intensidade de seleção, tanto em machos quanto em fêmeas, e contribuir para um rápido progresso genético (Kinghorn, 2000). Um pequeno e seleto número de indivíduos é capaz de deixar uma grande progênie, mas a disseminação intensiva do material genético melhorado pode levar à redução da diversidade genética (Van der Werf, 2000).
O fluxo de genes na população, considerando-se um sistema piramidal, é determinado pela transferência de genes dos núcleos de seleção, caracterizados pela contribuição genética de poucos indivíduos aos rebanhos multiplicadores e comerciais (Carneiro et al., 2009). Logo, com a implementação de programas de melhoramento genético e o emprego de modernas tecnologias reprodutivas, a estrutura genética de uma população pode ter, como consequência, uma contribuição genética desigual e prolongada de alguns reprodutores. Isto, associado à permanência desses mesmos reprodutores por longos períodos nas centrais de inseminação, pode causar aumentos no intervalo de geração e nos níveis de endogamia dos rebanhos, com consequente decréscimo no ganho genético. Estima-se que aproximadamente 50% dos mais de 5.000 touros jovens da raça Holandesa, submetidos anualmente a testes de progênie no mundo, sejam filhos de dez touros, usados de forma intensiva em diferentes países (Weigel, 2001).
Um dos caminhos para descrever a variabilidade genética e sua evolução no tempo é a análise de informações contidas nos pedigrees dos animais (Boichard et al., 1997). O método proposto por Lacy (1989), para populações de animais de programas de conservação, e por Boichard et al. (1997), para populações bovinas selecionadas, foi aplicado com sucesso na análise de diversidade genética de raças bovinas sas e austríacas (Maignel et al., 1996; Sölkner et al., 1998) e em raças zebuínas no Brasil (Faria et al., 2004, 2009; Vozzi et al., 2006). Os parâmetros baseados na probabilidade de origem do gene, como os números efetivos de fundadores, de ancestrais e de genomas remanescentes, são úteis para descrever a estrutura genética populacional da raça após um pequeno número de gerações (Vozzi et al., 2006).
A raça bovina Brahman teve sua origem no século XIX, no Sul dos Estados Unidos da América, a partir do cruzamento entre indivíduos das raças Nelore, Gir, Guzerá e Krishna Valley (Faria, 2006). No Brasil, sua introdução ocorreu em 1994, com a importação de animais originários dos Estados Unidos e, posteriormente, da Argentina, Colômbia e Paraguai, no total de 976 animais vivos, que entraram no país até abril de 1994 (Associação Brasileira de Criadores de Zebu, 2010). Desde sua introdução, a raça está em constante crescimento, o que pode ser observado por meio de dados estatísticos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). No período de 1995 a 2009, o volume de registros genealógicos de nascimento cresceu, em média, 129% ao ano, e o total de animais com registro definitivo nesse período é de aproximadamente 64 mil indivíduos (Associação Brasileira de Criadores de Zebu, 2010). A expansão desse recurso genético vem sendo feita, principalmente, por meio do uso de sêmen, de fertilização in vitro e de transferências de embriões, além da realização de cruzamentos absorventes de fêmeas das raças Nelore e Guzerá com touros Brahman PO e POI (Associação Brasileira de Criadores de Zebu, 2010). Entretanto, em razão de sua recente introdução no país, poucos estudos foram efetuados com essa raça, e não foram localizadas pesquisas referentes à análise da variabilidade genética presente nessa população, com o intuito de subsidiar a elaboração de diretrizes ao programa de melhoramento da raça.
O objetivo deste trabalho foi analisar a variabilidade genética da população de bovinos Brahman no Brasil, por meio da análise dos dados de 15.851 pedigrees, obtidos junto à Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, dos períodos de introdução (1998-2001) e expansão (2002-2005) da raça.
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