Saiba o que é domesticação
Saiba tudo sobre a domesticação.
A domesticação é um processo utilizado desde a pré-história. Consiste na seleção e adaptação de certos seres vivos, considerados úteis para suprir necessidades humanas. A domesticação consiste numa relação ecológica do tipo escravagismo desenvolvido pelos seres humanos associados com outras espécies de seres vivos. Ao longo de milhares de anos, esse processo acarretou modificações em várias características originais dos seres vivos domesticados, chegando em muitos casos ao desenvolvimento de dezenas de raças, como os cães e gatos.
Outros exemplos de animais domésticos são o cavalo, vaca, porco, cabra, coelho, ovelha e várias aves como a galinha. Muitos deles são utilizados na pecuária.
A domesticação acompanha a História da civilização, sendo benéfica para o desenvolvimento da mesma, porém é extremamente prejudicial à natureza e à ecologia, já que, em contraste com a seleção natural, a domesticação provoca uma seleção artificial de alguns seres vivos em detrimento de outros que o ser humano procura eliminar por considerar hostis à sua sobrevivência. A domesticação, desse modo é um fator de redução da biodiversidade. A agricultura quando vista como praga biológica acarreta a devastação de florestas naturais e em seu lugar são instaladas monoculturas. O habitat e os alimentos de animais selvagens são dessa forma destruídos.
Origem
Após a Era do Gelo as florestas se expandiram gradualmente sobre as grandes estepes, provocando a migração e/ou extinção de algumas espécies de animais. Em muitos casos se trataram das espécies que constituíam como parte essencial da dieta do homem. Os grupos humanos, até então caçadores-coletores, tiveram que se adaptar a esta transformação para manter a sua subsistência. Os homens se espalharam em pequenos grupos que começaram a ser semi-sedentários usando moradias estacionárias. Algumas teorias afirmam que em seu contínuo ir e vir, os caçadores que atiravam as sementes das frutas consumidas podiam ver que, em condições adequadas, estas geravam novas plantas. O resultado dessa transformação é o começo do período Neolítico.
Houve um período em que as plantas e os animais foram domesticados e durou 15 séculos. O termo neolítico, citado pelo naturalista britânico John Lubbock em 1865, deriva do grego neo “novo” e lithos “pedra”, referindo-se à capacidade humana de polir a pedra, em contraste com o tamanho da mesma, própria do período Paleolítico. A aplicação desta nova atividade interagiu com uma série de características que poderiam causar uma mudança radical nas formas da cultura humana; uma delas representa um fenômeno que levou muitos especialistas a considerar uma “Revolução Neolítica”: a domesticação de plantas e animais.
O acontecimento, no entanto, se espalhou gradualmente. A origem da agricultura, envolvendo a domesticação de plantas e animais foi representada principalmente por uma tendência a um estilo de vida sedentária e foi a necessidade dos grupos humanos caçadores-coletores que impulsionou a mudança. A prova é que a própria agricultura é uma atividade que exige maior dedicação e horas de trabalho que a caça.
Dessa maneira, a natureza deixou de ser um habitat e transformou-se em um conjunto de recursos econômicos que deviam ser geridos pelo homem. Ainda que a mudança tenha sido materializada em várias partes do mundo, os estudos arqueológicos determinaram a presença, cerca de dez mil anos atrás, dos primeiros assentamentos permanentes no Oriente Médio, na área conhecida como o Crescente Fértil a partir de Canaã (Jericó), ando pelo sul da Turquia (Çatalhüyük) até a Mesopotâmia e o Golfo Pérsico.
Os períodos que completam a pré-história são a Idade da Pedra e a Idade dos Metais.
Quanto à pecuária, em princípio se limitaram ao controle dos recursos animais, protegendo a fauna de outros predadores e caçando seletivamente. Mas só pode falar sobre a pecuária quando começa a criar o animal: controlando sua reprodução e cuidando deles durante o inverno.
Nesse período houve um número de descobertas técnicas promovidas pela nova economia: a cerâmica para guardar os grãos se transformaram na primeira expressão artística do Período Neolítico; o polimento aplicado a um novo tipo de machado e uma renovação geral do equipamento, que foram utilizados na fábrica de moagem para desenvolver a farinha.
Caracterização
Numerosos autores têm definido a domesticação:
A domesticação é um processo pelo qual uma população animal se adapta ao homem e a uma situação de cativeiro através de uma série modificações genéticas que ocorrem ao longo de gerações e através de uma série de processos adaptativos produzidos pelo ambiente e repetidos por gerações.
Nesta definição, o autor fala de uma adaptação evolutiva gradual ao ser humano e a condições ambientais, o que indica que o processo envolve períodos longos e a agem de muitas gerações, para que estas alterações se fixem geneticamente, sejam alterações no comportamento na morfologia , fisiologia ou embriologia dos seres vivos.
Há cinco etapas fundamentais no processo de domesticação:
Na primeira, a União homem – animal é muito fraca e há cruzamentos frequentes das formas mantidas em cativeiro com as formas selvagens originais, sendo o controle que o homem exerce sobre os animais, muito pequeno.
Na segunda, o homem começa a controlar a reprodução dos animais e selecioná-los para reduzir seu tamanho e aumentar características de docilidade, para melhor manejá-los. Nesta fase, é importante evitar o cruzamento com as formas selvagens, para manter e fixar as características desejadas. Em seguida, o homem começa a mostrar um interesse crescente na produção de carne, e percebe a utilidade que envolve o aumento do tamanho dos animais reprodutores.
Na terceira, começa o trabalho para voltar a cruzar as formas domésticas, menores, com formas selvagens, maiores, com atenção em manter as características de docilidade selecionadas anteriormente.
Na quarta, o interesse em produtos de origem animal se juntou à crescente capacidade do homem para controlar os animais de produção mediante um longo processo de seleção e criação de raças especializadas com diferentes habilidades produtivas, que garantissem um aumento na produção de carne, lã, leite, etc.
Neste momento, já no quinto estágio, que é absolutamente necessário para evitar os cruzamentos entre a forma selvagem com as raças domésticas especializadas. Por estas razões, se realiza uma atividade de controle numérico da população selvagem, que, em tais casos implica o extermínio de formas selvagens e, no melhor dos casos, a sua assimilação dentro das formas domésticas.
Atualmente é a sexta etapa do processo de domesticação, em que características comportamentais e genéticas dos animais de produção foram modificadas de tal forma que eles perderam a capacidade de sobreviver e se reproduzir sem intervenção humana. No entanto, se é verdade que os animais de estimação perderam muitas das características que lhes permitiam adaptar-se à vida na natureza, também é verdade que algumas destas características podiam ser recompradas, num processo de reajuste à vida selvagem.
História da domesticação
A domesticação não foi realizada simultaneamente em todo o mundo. Estima-se que em cerca de 9 000 anos a. C. se iniciou a Revolução neolítica, na qual o ser humano começou a sedentarizar-se, como um resultado da prática da domesticação e, em seguida, da agricultura. Isso aconteceu no Oriente Médio. Possivelmente, o primeiro animal de estimação era o cão, faz cerca de 15 000 anos.
Quando os animais são domesticados, ocorrem mudanças morfológicas, fisiológicas, reprodutivas e comportamentais. Com os avanços das ferramentas e da engenharia genética se tornou possível investigar as mudanças que sofrem os animais em seu comportamento durante as fases de adaptação que lhes permite adaptar-se e sobreviver nas condições previstas pelo ser humano.
Cronologia
A cronologia não está completamente esclarecida e os períodos apresentados são estimados. Os acontecimentos ao redor da erupção do vulcão Toba (Teoria da catástrofe de Toba) teriam diminuído a população humana a um número geneticamente equivalente a 3000 – 10 000 indivíduos, 70 a 75 mil anos atrás. Numa população tão pequena a raça doméstica pura se perde, em parte quando se cruzam com as variedades selvagens.
Existem muitas variedades de plantas e animais selecionados nos últimos 150 anos, mas o interesse é em plantas de decoração e animais de estimação, um mercado pequeno. Não se sabe se as linhas genéticas serão preservadas numa crise econômica.
Mamíferos
Cão.
Ovelha.
Cavalo.
Cão (Canis lupus familiaris, 14 000-18 000 anos por arqueologia, ou 135 000 anos por exames genéticos de fósseis encontrados na Europa), espécie original é o Lobo: Canis lupus pallipes, Canis lupus arabs, Canis lupus lupus. Mas o Lobo-etíope (Canis simensis) também cruza com o cão. O Dingo (Canis lupus dingo) com seus 4000 anos na Austrália dá uma boa ideia da domesticação do cão.
Gado (Bos taurus e Gado Zebu, Bos taurus indicus ou Bos primigenius indicus; 10 500 anos atrás na Ásia do Sudoeste), a espécie original é o Auroque (Bos primigenius). Mas outras espécies foram domesticadas também: Bos javanicus f. domestica, Bos javanicus, Bos gaurus f. frontalis, Gauro (Bos gaurus) e Iaque (Bos mutus f. grunniens); as espécies de gado se cruzam.
Ovelha (Ovis orientalis aries, 10 000 anos atrás na Ásia do Oeste). Espécie original é o Urial.
Cabrito (Capra aegagrus hircus, 10 000 anos atrás na Ásia do Oeste). Espécie original é a Cabra-selvagem.
Porco (Sus scrofa domestica, 9000 anos atrás na Ásia do Sudoeste, China). Espécie original é o Javali.
Dromedário (Camelus dromedarius, 6000 anos atrás na Arábia do Sul). Não existem mais dromedários selvagens, só dromedários de carga a solta na Austrália.
Burro (Equus asinus asinus, 6000 anos atrás na África do Noroeste). O burro tem 62 cromossomas… Espécie original é o Onagro.
Cavalo (Equus ferus caballus, 5000 anos atrás na Europa do Sudoeste). Depois da Idade do Gelo existiam algumas populações isoladas de cavalos selvagens que foram domesticadas, atualmente a única raça de cavalo selvagem é o cavalo-de-przewalski, sendo esta a raça mais antiga (não confundir com mustangs, que são cavalos domesticados que retornaram a vida selvagem). O cavalo tem 64 cromossomas, o cruzamento do cavalo com o burro dá indivíduos estéreis, a mula e o bardoto.
Búfalo-asiático (Bubalus bubalis f. bubalis, 4000 anos atrás na China)
Gato (Felis silvestris f. catus, 3500 anos atrás no Egito ou 9000 anos atrás na Mesopotâmia). Espécie original é o Gato-bravo.
Porquinho-da-Índia (Cavia porcellus, 2000 até 5000 anos atrás na América do Sul).
Lhama, Lama glama e Alpaca, Lama pacos ou Vicugna pacos (3000 anos atrás na América do Sul). Lhamas, Alpacas, Vicunhas (Vicugna vicugna) e Guanacos (Lama guanicoe) se cruzam. A Alpaca é um cruzamento da Lhama com a Vicunha.
Camelo-bactriano, camelo-asiático ou simplesmente camelo (Camelus bactrianus, 3000 anos atrás na Ásia Central)
Coelho (Oryctolagus cuniculus, 1500 anos atrás na França)
Rena (Rangifer tarandus, 1000 anos atrás na Sibéria)
Furão-doméstico (Mustela putorius furo, 500 anos atrás na Europa)
Mais recentemente, o hamster-sírio (Mesocricetus auratus) e o camundongo (Mus musculus).
Elefantes de carga e de guerra, africanos (Loxodonta africana) e asiáticos (Elephas maximus). Hoje em dia os elefantes se reproduzem na selva, os elefantes machos adultos no período reprodutivo são muito perigosos, tão perigosos que eram utilizados como elefantes de guerra por exercitos de várias civilizações em séculos ados.
Extintos
Bos aegyptiacus no Egito antigo. Ele sumiu com o surgimento do gado zebu no Império Novo do Egito (o Império Novo começa por volta de 1550 a.C. e termina em 1070 a.C.). A raça Crioula Lageana no Sul do Brasil pode ter esta origem.
Aves
Galo e galinha.
Superordem Galloanserae: Galliformes e Anseriformes:
Ganso (Anserinae, Anser anser, 4500 anos atrás no Egito). O Ganso doméstico é um cruzamento do Ganso-bravo (Anser anser) e do Ganso-africano (Anser cygnoides).
Galinha (Gallus gallus domesticus, 3500 anos atrás na Ásia do Sudoeste)
Marreco ou Pato-marreco (Anas platyrhynchos, 3000 anos atrás na China ou Sudeste da Ásia).
Marreco Mandarim (Aix galericulata, na China numa época desconhecida).
Pavão-indiano (Pavo cristatus), 2500 anos atrás na Índia.
Cisne-branco (Cygnus olor), entre 1000 e 500 anos atrás na Europa.
Peru, (Meleagris gallopavo ou Meleagris ocellata , 500 anos atrás no México)
Pato-mudo ou Pato (Anatidae, Cairina moschata, na América do Sul numa época desconhecida)
Galinha-d’angola, galinha-do-mato ou pintada (Numida meleagris, na África numa época desconhecida)
Outras Aves
Pombo-comum ou pombo-das-rochas (Columba livia, 3000 anos atrás Egito ou Mediterrâneo)
Rola doméstica (Streptopelia risoria), 2500 anos atrás no Norte da África. Cruza tanto com a Rola-turca (Streptopelia decaocto), como com a Rola-rosada (Streptopelia roseogrisea).
Canário (Fringillidae, Serinus canaria), 400 anos atrás na Europa.
Outras aves também experimentaram a domesticação, como os falcões, as águias, os papagaios e sua grande variedade, avestruzes e outros mais.
Outros Animais
Abelhas.
Abelha (Apis mellifera); 6000 anos atrás em muitos lugares.
Bicho-da-seda (Bombycidae, Bombyx mori, 3000 anos atrás na China)
Cyprinidae; cujo nome provém do nome em grego do peixinho-dourado, é uma família de peixes teleósteos que inclui as carpas; na China ou Ásia oriental numa época desconhecida. O peixinho-dourado (Carassius auratus) é uma variedade domesticada mais recentemente; o Koi é uma variedade domesticada da Carpa-comum (Cyprinus carpio); as duas variedades se cruzam mas a prole resultante é estéril.
O Gamo (Dama dama), a “codorna” (Brasil) ou “codorniz” (Portugal, Phasianidae, Coturnix coturnix) e o avestruz (Struthio camelus) não são reconhecidos como animais domesticados, mas são mantidos em cativeiro por motivos comerciais. Mas a codorna-japonesa parece ser uma variedade domesticada (Coturnix coturnix japonica).
Plantas
Atribui-se a origem do cultivo e seleção genética do tomate como alimento à civilização inca.
A domesticação dos animais inicialmente afetou os genes que controlavam seu comportamento. Já a domesticação das plantas em princípio impactou nos genes que controlavam sua morfologia (tamanho da semente, arquitetura da planta, mecanismos de dispersão) e sua fisiologia (tempo de germinação ou amadurecimento).
A domesticação do trigo pode ser tomada como exemplo. O trigo selvagem quebra-se e cai no chão para ressuscitar quando maduro, mas o trigo domesticado permanece no caule para facilitar a colheita. Essa mudança foi possível por causa de uma mutação aleatória nas populações selvagens no início do cultivo do trigo. O trigo com esta mutação foi colhido com mais freqüência e se tornou a semente para a próxima safra. Portanto, sem perceber, os primeiros agricultores ajudaram na seleção artificial voltada para esta mutação. O resultado é o trigo domesticado, que depende dos agricultores para sua reprodução e disseminação.
As primeiras tentativas humanas de domesticação vegetal ocorreram no Oriente Médio. Há evidências precoces para o cultivo consciente e a seleção de traços de plantas por grupos pré-neolíticos: os grãos de centeio com traços domésticos foram recuperados dos contextos Epipaleolítico (c. 11 050 a.C.) em Abu Hureyra na Síria, mas isso parece ser um fenômeno localizado resultante do cultivo de escombros de centeio selvagem, em vez de um o definitivo em direção à domesticação.
Milho (Zea mays) – América Central
Arroz (Oryza)- Ásia (Japão), 7.000 a.C.
Trigo (Triticum spp.) – Ásia (Oriente Médio), 8.000 a.C.
Tomate (Solanum lycopersicum) – América do Sul
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Fonte: Wikipédia.
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