Semana agitada para o mercado da soja
Soja: Dólar fecha junho com mais de 10% de baixa e limita preços no BR; CBOT sobe 5% na semana.
A semana foi agitada para o mercado da soja. Se para a Bolsa de Chicago os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxeram volatilidade ao andamento dos futuros da oleaginosa no cenário internacional, internamente a despencada do dólar tirou o ritmo dos negócios no Brasil e ganhou a atenção de traders e produtores rurais.
Ao mesmo tempo, o período é de término de mês, de semestre e os investidores também buscam reajustar suas posições e retomar seu fôlego para a segunda metade do ano. Junho termina, porém, com forte oscilação nos preços, já que foi no seu início que a soja brasileira chegou a bater nos R$ 100,00 por saca.
Aproveitando os melhores momentos, o Brasil já comercializou mais de 80% da safra 2015/16 e o sojicultor conseguiu se capitalizar para, nesse momento, adotar uma postura mais defensiva e concluir suas vendas em momentos ainda mais oportunos, segundo acreditam analistas e consultores de mercado.
Com as fortes exportações desta temporada e mais uma demanda interna bastante aquecida, os lotes disponíveis de soja no país deverão ser ainda mais disputados, puxando um pouco mais as cotações, principalmente no interior do país, ainda segundo acreditam analistas. Em algumas praças de comercialização, principalmente onde a indústria é mais forte, as referências de preços já superam a paridade de exportação.
Segundo dados da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), o Brasil exportou o volume recorde de 39,7 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano e registrou uma alta de 15% em relação ao período de janeiro a junho de 2015. Até dezembro, a instituição acredita que mais 17 milhões de toneladas serão embarcadas para os principais consumidores ao redor do mundo.
No último mês, o volume apresentou um recuo – e ficou em 7,4 milhões de toneladas – justamente em função dos elevados volumes dos meses anteriores e de uma oferta mais ajustada no Brasil.
Assim, a demanda internacional ou a buscar com mais intensidade a soja norte-americana, onde a oferta é ligeiramente mais confortável, mas também apertada, além de contar com preços mais atrativos por lá e esse foi um dos principais fatores de e para os preços nestes últimos dias – e em todo mês de junho – na Bolsa de Chicago. Dessa forma, o contrato julho/16, por exemplo, subiu mais de 30% nos últimos 30 dias.
E essa relação de oferta x demanda deve se ajustar ainda mais nos Estados Unidos. Afinal, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os EUA já possuem 106% do volume projetado de vendas para exportação comprometido pelos EUA e o ano comercial termina somente em agosto. “E a demanda continua muito forte e crescendo”, diz.
Nesta semana, o USDA fez alguns anúncios de novas vendas – de soja em grão em derivados – além de trazer números fortes das vendas semanais para exportação, confirmando esse bom momento para a soja norte-americana. Enquanto a oleaginosa para julho em Chicago tem US$ 11,68 – última referência desta sexta-feira (1) -, no Brasil, esse valor sobe para cerca de US$ 13,20 por bushel dado os elevados prêmios que vêm sendo pagos nos portos brasileiros.
Para julho o valor é de US$ 1,50 sobre a CBOT, para agosto, US$ 1,60 e para abril/17, US$ 0,45. Enquanto isso, no Golfo do México, principal canal de exportação da soja americano, os valores oscilam de US$ 0,79 a US$ 0,82 para julho e de US$ 0,81 a US$ 0,85 para agosto, segundo um levantamento da Labhoro Corretora.
Semana para os preços
Nesse cenário e sentindo ainda os efeitos dos últimos números do USDA e das especulações sobre o clima nos Estados Unidos, o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou a semana com altas de mais de 5% nos principais vencimentos.
O contrato julho/16 fechou com US$ 11,68 por bushel, subindo 5,96% na semana, enquanto o novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, foi a US$ 11,37, com uma alta acumulada de US$ 5,47%. Entre as posições mais negociadas, apenas o dezembro/16 fechou abaixo dos US$ 11,00.
O resultado foi positivo e forte mesmo diante das realizações de lucros registradas na Bolsa de Chicago. “Início de mês e de semestre, pré 4 de Julho, previsões climáticas que não oferecem riscos às lavouras propiciaram a soja a negociar em baixa (nesta sexta-feira)”, diz.
Agora o mercado internacional, ado o nervosismo inicial pós relatórios do USDA e conhecidos os números de área de plantio nos EUA, a a voltar seus olhos com ainda mais atenção para o cenário climático nos Estados Unidos. Ontem, o NOAA, o departamento oficial de clima dos EUA, atualizou suas previsões para o mês de julho, o que também está sendo considerado pelos traders.
“As previsões de julho mostram temperaturas ligeiramente acima da média para todos os Estados Unidos e chuvas dentro da média sazonal para áreas produtoras de soja, milho e trigo”, diz Andrea. “Apesar do clima durante julho ser importante, especialmente para o milho, os fundos monitorarão as chuvas para o final de semana, afinal 4 de julho – Dia da Indpendência – é historicamente importante para os produtores e um divisor de águas entre os períodos de plantio e de desenvolvimento e definição das lavouras”, completa a analista.
Enquanto isso, no Brasil, a força dos fundamentos para o e em Chicago foi abalada pela despencada do dólar frente ao real. A moeda norte-americana fechou o mês de junho, segundo apurou a agência Safras & Mercados, com uma baixa de 11% e valendo R$ 3,214. “A queda da moeda no mercado internacional pesou sobre as cotações, que atingiu o menor patamar em quase um ano. No primeiro semestre, o dólar caiu mais de 18%”, informaram os analistas da agência.
Dessa forma, as principais praças de comercialização no Brasil encerraram com baixas de 0,45% a 4,07%. Já no porto de Paranaguá, a soja disponível fechou estável, nos R$ 93,00 por saca, enquanto em Rio Grande subiu 0,90% para R$ 89,80. No caso da safra nova alta, estabilidade nos R$ 86,00 no terminal paranaense e queda de 0,81% para R$ 85,80 por saca no gaúcho.
Fonte: Notícias Agrícolas. Por: Carla Mendes.
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