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Endogamia: conhecendo um pouco mais

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Por Patrícia Kobal de S. Rodrigues1, Adriana Luize Bocchi2, Gabriela Zoccolaro Costa3 e Sarah Laguna Meirelles4

Hoje, tem se ouvido falar muito em endogamia, que vem ganhando destaque na mídia especializada em pecuária bovina, preocupando muitos criadores e chamando a atenção de pesquisadores e selecionadores nos programas de melhoramento atuais.

A endogamia foi utilizada inicialmente como ferramenta para a formação de raças puras no século XVIII, através de técnicas genéticas preconizadas por Bakewell (1725-1795), com a formação de linhagens homozigotas obtendo grande sucesso na época, porém era necessária a utilização de uma forte pressão de seleção contra animais indesejáveis e defeituosos.

A endogamia é um sistema de acasalamento onde indivíduos mais aparentados entre si do que a média da população são utilizados como pais da próxima geração. Sua principal conseqüência é a obtenção de seu maior nível de homozigose. Este fenômeno pode ocorrer quando criadores utilizam determinados animais que imprimam suas características raciais a seus filhos com grande intensidade ou quando as opções de acasalamentos são reduzidas, no caso de populações pequenas, fazendo com que os produtores acabem acasalando animais aparentados para a produção da próxima geração.

Com a intensificação do uso de métodos de avaliação mais precisos e a utilização de informações de parentes para a identificação de animais geneticamente superiores e cálculo das DEPs, as chances de membros de uma mesma família serem selecionados, e estes serem destaques de sumários é grande. Conseqüentemente, com a maior comercialização de sêmen destes animais, onde está contido seu material genético, aumentará rapidamente o fluxo de seus genes na população, entre diversas propriedades, aumentando a chance de animais das gerações futuras descenderem de um grupo de touros de maior parentesco entre si.

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A utilização de biotecnologias reprodutivas como a inseminação artificial (I.A), a transferência de embrião (T.E.) e a fertilização in vitro (F.I.V), também vem levando a maior endogamia por permitir um número muito maior de descendentes por touro (I.A), e por vaca, no caso da TE e do FIV. Porém vale ressaltar que por mais produtiva que seja uma fêmea, a influência desta não se compara ao impacto proporcionado por um grande reprodutor utilizado em IA.

Faria et al. (2001) publicaram resultados alarmantes que apontam para um tamanho efetivo da população da raça Nelore, a qual apresenta variabilidade genética equivalente a uma população de 68 animais não aparentados. Também constatou que no período de 1994 a 1998 apenas 10 touros foram pais de 19,3% dos animais nascidos no Brasil.

Sabemos que cada animal recebe 50% de seus genes do pai e os outros 50% dos genes de sua mãe. Quanto mais aparentados os indivíduos forem, maiores serão as chances de a progênie possuir dois genes presentes em um determinado loco, idênticos por descendência. Abaixo podemos verificar alguns exemplos de acasalamentos endogâmicos e seus respectivos coeficientes de endogamia (grau de endogamia do indivíduo [F]):

– Pai X Filha = 25%
– Irmãos próprios = 25%
– Meio irmãos = 12,5%
– Touro X Neta = 12,5%
– Filho de um touro X Neta do mesmo touro = 6,25%
– Neto de um touro X Neta do mesmo touro = 3,13%

Normalmente a endogamia é praticada por criadores de raças puras (animais registrados) para assegurarem a uniformidade racial e fixação de características peculiares a certas linhagens de touros famosos.

Entretanto a endogamia também pode ser utilizada para detecção de genes recessivos deletérios, que podem estar “camuflados” em heterozigose, descartando os indivíduos portadores durante a seleção, como também pode ser praticada para explorar os efeitos dos genes não aditivos. Cardoso et al. (2002) encontraram evidências de existência de efeitos de heterose e epistasia na raça Nelore, e sugeriram a utilização de acasalamento dirigido não apenas para evitar perdas por depressão endogâmica, mas também para explorar os efeitos genéticos não aditivos.

É também utilizada para o aumento da prepotência, pois através da homozigose podemos identificar os touros que tem a capacidade de gerar descendentes mais semelhantes entre si. Quanto maior a homozigose, menor é a diversidade de gametas produzidos pelo animal e assim, a progênie tende a ser mais uniforme, mais parecida com o pai. Esse aumento na prepotência ocorre mais facilmente em características qualitativas, que geralmente são determinadas por poucos pares de genes, como a cor da pelagem, formato da cabeça, ausência de chifres, etc, e mais dificilmente para características quantitativas ou produtivas que são determinadas por muitos pares de genes.

A endogamia, também conhecida como consangüinidade tem como principais efeitos:

– Diminuição da variação dos genes ocasionando na produção de animais mais uniformes, “parecidos”, impedindo que o ganho genético que poderia ser obtido seja alcançado;

– Aumento da homozigose e em conseqüência a diminuição da heterozigose, que tem uma relação direta com a heterose, onde se consegue o aumento da produtividade tanto entre raças como linhagens de uma mesma raça;

– Anomalias genéticas como agnatia, catarata congênita, hipoplasia do ovário ou testículo, hérnia umbilical e outras anomalias também podem ocorrer devido a homozigose recessiva, ligadas somente a um par de genes.

A endogamia pode ser controlada durante a avaliação genética, no momento da seleção dos animais, na definição e na seleção dos acasalamentos. Em qualquer uma dessas estratégias, a idéia básica é controlar a endogamia sem reduzir o ganho genético, numa visão a curto/longo prazo (Cavalheiro, 2004).

Considerações finais

De fato a endogamia acarreta em perdas produtivas e reprodutivas, porém utilizá-la pode ser uma boa opção para imprimir características desejadas de uma determinada família trabalhando com moderados níveis de parentesco de um ancestral provado.

Programas de melhoramento bem conduzidos ganham com a seleção e evitam perda por depressão endogâmica planejando bem os acasalamentos.


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